Numa altura em que o ritmo nos espaços de trabalho acelera e o tempo médio de permanência nas empresas é cada vez menor, o médio prazo pode estar iminente e o longo prazo já não dura a vida toda. Não apenas um fator isolado, mas sim vários e de forma composta, são diversas as razões que poderão levar um colaborador a sair, sendo por isso, muito importante estar atento aos sinais que poderão evidenciar uma mudança no horizonte.
A retenção de talento nas empresas ganha um papal protagonista naquilo que é a sustentabilidade das empresas para o futuro, baseado numa estrutura sólida, onde o capital humano será o ingrediente chave para o sucesso a longo prazo e de forma consistente. É por isso, um ponto vital e crítico para o êxito das organizações.
Em termos práticos, a saída de um profissional significa alocar recursos a um novo processo de seleção e recrutamento, à contratação e à formação do novo reforço que poderá, de forma compreensível, ser longo na linha do tempo, até que se restabeleça novamente o equilíbrio operacional. De forma indireta, e frequentemente desvalorizada, uma baixa numa equipa de trabalho, até ao dia em que efetivamente esta acontece, pode impactar o desempenho, a produtividade e a motivação da equipa, para além dos prejuízos gerados num processo de transição.
No entanto, e mais animador, o ponto positivo é que a maioria das situações de saída podem ser evitáveis e, muitas vezes, muito menos dispendiosas do que um cenário de abandono possa representar. O segredo, embora teimemos que não o seja mais com a escrita deste artigo, é no fundo bastante simples: identificar os principais sintomas antecipadamente e gerir uma intervenção antes que seja demasiado tarde.
Há muito pouco tempo atrás era comum o pensamento de que se alguém abandona um cargo numa empresa seria sinónimo de uma procura ativa por um melhor salário. A situação atual apresenta um desvio considerável a esta narrativa, embora possa outrora ter sido considerada como principal causa. Se por um lado este tema se tornou mais complexo e de resposta ambígua quanto aos principais focos que deram ignição à saída, por outro, nunca foi tão acessível identificar e prevenir cenários de potencial fuga de talento para outros projetos e empresas. Na verdade, e de forma surpreendente, ou não, o talento qualificado está a abandonar as empresas por motivos tão díspares como:
É regra em qualquer organização serem colocadas questões a candidatos sobre os motivos que o levam a querer integrar a estrutura e de que forma podem ser mais-valias para a empresa, mas, em contraste, pouco frequente a proatividade para uma análise objetiva sobre os motivos que o levarão, posteriormente, à sua saída. Assim, em termos práticos, muitas incertezas e suposições podem ser resolvidas com a implementação de entrevistas de saída, que é ainda praticada por uma pequena, mas sensibilizada minoria de empresas. A realidade, agrade ou não, constitui uma poderosa e inestimável fonte de profundo conhecimento, baseado nos insights dados por quem optou por outro caminho profissional, mas que pretendeu partilhar aquilo que não correspondeu de forma expectável.
Os benefícios são transversais a todos e a longo prazo geram um efeito composto que só uma estratégia sólida, alavancada por políticas conscientes da importância do capital humano, pode originar.
Num cenário adverso, onde acontece a urgência de uma contratação motivada por uma saída inesperada, o início do processo acontece com a definição da oferta de emprego, a respetiva proliferação nos canais próprios e a seleção e recrutamento do novo colaborador efetivamente. Tudo isto acarreta uma responsabilidade orçamental significativa que pode apresentar desvios às suas projeções financeiras. Da mesma forma, é também necessário ter em conta os custos de onboarding, tais como formação e gestão do novo recurso, inevitável no início da sua prestação de funções na empresa.
De uma forma natural, é esperado que, com o tempo, os colaboradores exerçam as suas funções de forma breve, assertiva e mais sensibilizada para aquilo que é a definição de sucesso para a equipa e a empresa, pois assim a experiência o privilegia. Assim, a longo prazo, a tendência é o aumento da produtividade proporcionada pelos colaboradores mais experientes e que reúnam em si um stack de valências mais completo.
Em todo o ciclo de contacto com uma empresa, um cliente poderá em várias e diferentes fases da jornada percecionar de que forma podem os colaboradores que dela fazem parte resolver as suas questões. Colaboradores mais antigos, tendem a resolver situações de forma mais rápida e, antes disso, prevenir e mitigar situações de possíveis erros que possam originar constrangimentos à operação.
A esfera empresarial é caracterizada por quem dela faz parte; pelos seus comportamentos, perceções e motivações, o que tem relevo para o recrutamento e retenção de profissionais. Aquando de uma saída, a comunidade que permanece poderá eventualmente colocar em análise o que levou a tal opção e motivar também a um diagnóstico de forma individual sobre a sua própria continuidade. Por outro lado, talentos que se mantém, reforçam elos e solidificam relações profissionais.
A longo prazo, entre custos de recrutamento, formação e quebras de produtividade, os prejuízos de uma elevada rotatividade são elevados e afetam a viabilidade operacional da empresa direta ou indiretamente. Uma estratégia eficaz de retenção de talento nas empresas, irá permitir determinar um maior retorno do investimento a longo prazo.
Baseado em vários estudos e trabalhos de investigação, existe uma relação direta entre o envolvimento dos colaboradores e os níveis de rotatividade gerados nas empresas. Uma das mais importantes ações para otimizar a taxa de retenção de talento nas empresas, passa por tomar melhores decisões de recrutamento. Isto implica selecionar e recrutar os perfis profissionais mais adequados para cada cargo, com base no alinhamento de competências, cultura e responsabilidades para que, durante todo o processo de recrutamento, apenas os perfis mais adequados prossigam em análise.
O desenvolvimento assim como a formação individual e coletiva, ganham um papel protagonista na retenção de talento nas empresas, na medida em que os profissionais baseiam as suas decisões do presente também com base nas perspetivas que o futuro lhes possa trazer. As oportunidades de desenvolvimento e crescimento que um colaborador não encontre na sua empresa, poderão provavelmente motivá-lo a fazê-lo noutra organização.
Os profissionais que assumem um papel ativo na gestão da sua carreira, estabelecem planos, estratégias, objetivos e fazem projeções para o futuro. Por isso, esperam o mesmo tipo de perspetiva e planeamento da empresa para a qual trabalham, sendo, portanto, relevante entenderem exatamente para onde caminham e o que esperado com a sua contribuição.
Existe melhor forma de tomar decisões do que aquela que é suportada pelas melhores opiniões baseadas na verdade, transparência e intelectualidade profundas? A meritocracia, abre espaço ao pensamento crítico de forma independente, onde os intervenientes estão em constante, mas saudável, desacordo e onde apenas as melhores ideias poderão vencer, independentemente de onde surjam.
Poderá já não estar no topo das motivações nem atualmente ser o fator mais preponderante que motive uma saída, contudo é importante um alinhamento salarial de acordo com todos os fatores que constituam uma oferta remunerativa adequada e justa. Também neste ponto, de forma prática, uma negociação salarial passará por mais e não apenas que uma oferta monetária. Poderá, mais que nunca e atendendo à volatilidade laboral desta era, implicar outros benefícios e regalias. Estar atento a eles significa também estar preparado para o futuro das suas equipas.
A flexibilidade poderá ter vários sentidos e formas de ser entendida e aplicada. Se para alguns passa por ter horários flexíveis, para outros, o caminho será a flexibilidade geográfica onde o trabalho possa, de igual modo, ser concretizado. O importante a reter, é que a flexibilidade é suscetível à individualidade de cada profissional e como tal, deverá ser ponderada com cada um. E, por vezes, é tão simples quanto ouvir aquilo que realmente cada colaborador valoriza e que possa agregar valor à sua rotina de trabalho, mas que poderá ter um efeito positivamente poderoso para a empresa.
A comunicação eficiente é a base para o desenvolvimento sustentável dos espaços de trabalho. Quando positiva, atempada e construtiva, poderá constituir uma via aberta para que os profissionais saibam, efetivamente, aquilo que é esperado deles e, por outro lado, para que as suas ideias sejam valorizadas, sendo por isso uma ferramenta que precisa ser trabalhada em conjunto, diariamente e que, a longo prazo, será uma mais-valia na retenção de talento.
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